COMO FAZER CITAÇÃOTÉCNICA TSAC

Citação no TCC: Aprenda Quando Citar com os 5 Erros que Todo Orientador Corrige (Técnica TSAC)

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Em um trabalho de conclusão de curso (TCC), seja artigo científico, dissertação ou Tese, a citação não é um mero requisito formal.

Ela representa a base de sustentação para qualquer argumento relevante, ajudando a transformar opiniões soltas em conhecimento científico.

Mas, afinal, como saber o momento certo de citar? Quais erros são mais comuns e por que tantos orientadores insistem na necessidade de revisão?

Este artigo explora a importância da citação científica eficaz, destacando os principais equívocos cometidos por estudantes e propondo estratégias práticas para evitá-los.

Como saber quando citar?

Muitos alunos confundem opinião pessoal com afirmação científica. Em um texto acadêmico, essa confusão pode comprometer a credibilidade do trabalho. Toda afirmação categórica precisa ser justificada com base teórica ou empírica.

A técnica TSAC — Tópico Frasal, Sustentação, Argumentação e Conclusão — oferece uma estrutura eficiente para isso. Ela ajuda o estudante a organizar ideias com clareza e respaldo, especialmente ao inserir citações de forma coerente.

Nem toda frase precisa ser referenciada, mas toda afirmação relevante, sim. Existe uma diferença crucial entre expressar opinião e apresentar conhecimento validado.

🧱 A técnica TSAC de paragrafação é uma forma de estruturar o texto, organizando os parágrafos entre a introdução e a conclusão de maneira lógica e funcional.

🔗 Os parágrafos seguintes são todos argumentativos, mas alternam entre dois tipos:

  • o parágrafo de Sustentação, que apresenta exclusivamente argumentos de conformidade com a tese,
  • e outro argumento de conexão, que relaciona a sustentação ao tópico frasal, promovendo o desenvolvimento do texto.

Veja da seguinte forma:

  • Introdução
  • Desenvolvimento dos argumentos
  • Conclusão

Dessa forma, os argumentos ficam dispersos, e existem pelo menos nove tipos conhecidos, que vão desde argumentos de comparação, causa e consequência, enumerativos, contra-argumentos, entre outros. No entanto, todos eles têm algo em comum: apresentam provas ou lógica para sustentar suas ideias.

Por isso, a técnica TSAC agrupa e isola os argumentos de prova, denominando-os Sustentação. Assim, logo após a apresentação da Tese, é necessário incluir uma Sustentação, que nada mais é do que um argumento baseado em autoridade ou respaldo confiável.

Por isso, a estrutura fica organizada da seguinte forma:

  • Introdução – Apresentação da tese ou do tópico frasal principal.

  • Sustentação – Apresentação do argumento de autoridade ou respaldo que fundamenta a tese.

  • Argumentação – Desenvolvimento dos argumentos lógicos ou adicionais que reforçam a sustentação.

  • Conclusão – Síntese final que retoma a tese e reforça a validade dos argumentos apresentados.

Clique abaixo para acessar nosso infográfico com 9 tipo sde argumentação.

INFOGRÁFICO 9 TIPOS DE ARGUMENTAÇÃO 

Quando se afirma, por exemplo, que “a percepção dos docentes sobre o uso de tablet no ensino reflete tanto suas expectativas quanto os desafios enfrentados na prática”, é preciso mostrar quem disse isso. Sem isso, a frase permanece como opinião pessoal e, portanto, frágil.

Aplicar conscientemente a técnica TSAC, aliada à compreensão de quando citar, reduz significativamente o volume de correções feitas por orientadores. Podemos perceber isso, quando observamos a recorrência de correções solicitando citação em trechos vagos ou genéricos.

Um exemplo clássico é quando o orientador escreve:

  • “falta citação nesse texto”, exigindo referência para afirmações amplas.

Como saber quando uma citação é necessária? Muitos estudantes escrevem frases com base em senso comum ou vivência pessoal, sem perceber que, no campo científico, isso não basta.

Afirmações como:

  • “o tablet melhora a produtividade docente” ou
  • “a maioria dos professores não usa tecnologia por falta de preparo”

Soam plausíveis, mas carecem de comprovação. São dados implícitos que não se sustentam sem evidência.

✅ O primeiro parágrafo de um capítulo tem certa liberdade para generalizações e abordagens introdutórias, já que seu papel é apresentar o desenvolvimento. No entanto, isso não o isenta completamente do uso de citações.

É possível evitar o ciclo infinito de correções que consome tempo e desgasta o aluno. Se a técnica TSAC for aplicada corretamente e as citações forem inseridas com critério, a qualidade do texto melhora e a banca reconhece o esforço. Além disso, o aluno passa a escrever com mais segurança e consciência científica.

Vamos analisar afirmações generalizadas ou categóricas que carecem de base:

Afirmações como “a percepção dos docentes…” ou “a maioria dos professores…” precisam de dados que sustentem tais declarações. Quando o aluno entende isso, evita o erro de apresentar opiniões como fatos.

Em seguida, o foco se volta ao uso de dados implícitos. É comum que o texto traga afirmações como “o tablet contribui para a inclusão e produtividade”, sem citar uma fonte.

A intenção pode até ser boa, mas o problema está na ausência de evidência. Ao não explicar o que é “produtividade” nem quem define “inclusão”, o texto fica vulnerável. A correção inevitavelmente virá.

Pense na necessidade de contextualizar conceitos técnicos. Termos como “interatividade” e “inclusão” precisam ser definidos.

O orientador costuma questionar: “inclusão de quem?” ou “produtividade segundo qual autor?”. Essas perguntas, quando antecipadas pelo aluno, fortalecem o texto. O resultado é um trabalho mais denso e coerente.

Por fim, a citação bem-feita é mais do que obrigação acadêmica — é a garantia de que o conhecimento está sendo construído com base sólida. Evitar generalizações, achismos e conceitos vagos é possível com o uso inteligente da técnica TSAC e com atenção às exigências da escrita científica.

Evitando Generalizações Infundadas na Citação

Afirmações amplas sobre um grupo específico, por exemplo, a percepção dos docentes sobre o uso de tablets, demandam cautela. Mesmo em um parágrafo introdutório, a ausência de uma referência que embase essa percepção pode gerar questionamentos.

A experiência dos orientadores, ao solicitarem citações para trechos genéricos, ilustra bem essa preocupação com a falta de suporte em alegações vastas.

É comum, na ânsia de introduzir um tema, cair em generalizações. Contudo, cada uma dessas afirmações carece de uma fonte que a valide. Por que, então, a necessidade de uma citação? Ela serve como prova, como evidência de que aquela afirmação não surgiu do senso comum, mas de uma pesquisa ou teoria estabelecida.

Combatendo Dados Implícitos e Achismos com Citações

Outro ponto de atenção é o uso de dados implícitos, aqueles “achismos” que se apresentam no texto sem qualquer comprovação. Uma frase como “considerando seu impacto na produtividade docente…” assume um impacto que pode não ter sido demonstrado. O orientador, naturalmente, questionará a origem dessa informação.

Analogamente, afirmar que “a maioria dos professores não utiliza tablet por falta de preparo” soa como um dado estatístico, mas sem a indicação da pesquisa que o originou, torna-se apenas uma opinião sem valor científico. A citação, nesse contexto, é essencial para dar credibilidade a esses dados, mostrando sua procedência.

Contextualizando Conceitos Técnicos com Fundamentação Teórica

Conceitos técnicos como “produtividade docente”, “inclusão” e “interatividade” são frequentemente utilizados em trabalhos acadêmicos. No entanto, sem definições claras ou referências a autores que os fundamentam no contexto específico da pesquisa, esses termos podem permanecer vagos e abertos a interpretações diversas.

A imagem abaixo mostra um jovem confuso entrando em uma área restrita, marcada por uma placa com jargão técnico complexo.

A “produtividade docente”, por exemplo, pode ser entendida de várias maneiras, dependendo da abordagem teórica adotada. Portanto, contextualizar e conceituar esses termos, com o apoio de citações, é fundamental para garantir a clareza e o rigor do seu trabalho.

Questionar “inclusão de quem?” ou “interatividade em que sentido?” demonstra a necessidade de especificar e fundamentar o uso desses conceitos.

A citação, nesse sentido, é a ponte entre o que se afirma e o que se sabe de fato. Ela afasta o “achismo” e aproxima o texto da objetividade científica.

Uma boa prática é sempre se perguntar: “De onde tirei essa informação?” ou “Quem mais disse isso antes de mim?”. Se a resposta não for clara, é sinal de que a frase precisa de sustentação ou reformulação.

Relação Causa e Efeito: A Importância da Evidência Científica

Ao estabelecer relações de causa e efeito no seu texto, a fundamentação é ainda mais crítica. Afirmar que “os fatores que geram resistência à adoção são como falta de treinamento que geram…” cria uma ligação causal direta que precisa de embasamento teórico ou empírico robusto. O orientador certamente solicitará a fonte dessa afirmação.

A imagem abaixo mostra duas situações distintas. Em um quadro, uma criança está brincando alegremente na chuva e, posteriormente, fica resfriada. Uma seta se estende da chuva até a criança, ilustrando sutilmente um fator contribuinte, mas não a causa exclusiva da doença. O segundo quadro ilustra a causa direta, com um indivíduo espirrando diretamente em uma criança que, subsequentemente, contrai um resfriado.

🎯 Uma prova empírica é qualquer evidência baseada em observação, experimentação ou coleta de dados reais, que pode ser usada para comprovar ou sustentar uma afirmação.

🎓 Segundo Lima (2015), em um estudo com 92 alunos do ensino médio, o uso de aplicativos educacionais aumentou significativamente o engajamento, alcançando 84,78%, três vezes mais do que os métodos tradicionai

É crucial distinguir causalidade de correlação.

Enquanto a causalidade implica que um fator leva diretamente a outro, a correlação apenas indica uma possível associação.

Atribuir causalidade a uma simples correlação, como no exemplo do limão e da gastrite, é um erro grave na escrita científica. A citação é indispensável para sustentar alegações causais.

Objetividade na Ciência: Evitando Opiniões Disfarçadas de Fatos

A objetividade é um pilar da pesquisa científica. Afirmações valorativas, que expressam juízos de valor ou entusiasmo sem suporte em dados, comprometem essa objetividade.

Uma frase como “tecnologias que trazem tanto benefício como os tablets…” revela uma opinião positiva que precisa ser fundamentada para ser aceita no contexto acadêmico.

A linguagem científica deve ser clara, precisa e objetiva. Isso significa evitar expressões emocionais ou exageradas, como “os tablets revolucionam o ensino” ou “essa tecnologia é maravilhosa para a educação”. Afirmações desse tipo, além de subjetivas, carecem de valor acadêmico se não forem fundamentadas.

Uma alternativa mais adequada seria:

“Estudos como o de Silva (2022) indicam que o uso de tablets pode contribuir para novas dinâmicas pedagógicas”.

Assim, a opinião é substituída por uma constatação fundamentada. Esse tipo de construção demonstra domínio da linguagem acadêmica e respeito pelos critérios científicos.

Reformular essas afirmações como opiniões embasadas, utilizando termos mais cautelosos como “é possível que…”, contribui para a objetividade do texto.

Precisão na Linguagem: Fundamentando Avaliações Técnicas

Avaliações técnicas presentes no seu trabalho também necessitam de embasamento. Afirmar que “o uso do tablet é a forma mais eficiente” levanta a inevitável pergunta: eficiente em comparação com o quê?

A falta de uma fonte ou de uma base comparativa clara enfraquece a sua argumentação. Da mesma forma, atribuições de intenção ou sentimento sem evidências empíricas são problemáticas.

Dizer que “os professores resistem por medo da tecnologia” é uma especulação psicológica que requer entrevistas, questionários ou outras formas de coleta de dados para ser validada.

A precisão na linguagem científica exige a substituição de termos subjetivos por descrições objetivas e comparações fundamentadas.

Abordando Temas Polêmicos com Rigor Científico

Ao tratar de temas que ainda não possuem consenso na literatura, a distinção entre dados objetivos e opiniões argumentativas torna-se ainda mais importante.

Recomendações políticas, por exemplo, não devem ser apresentadas como verdades universais. Uma afirmação como “é essencial que todas as escolas adotem tablet” ignora a complexidade e a falta de consenso científico sobre o tema.

A postura correta é apresentar tais recomendações como opiniões fundamentadas em dados e na literatura existente. Distinguir claramente o que é um dado objetivo do que é um argumento seu, baseado nesses dados, é crucial para manter a integridade científica do seu trabalho.

Conclusão: A Citação como Ferramenta de Rigor Acadêmico

Dominar a arte da citação é um passo fundamental para o sucesso do seu TCC e de qualquer trabalho acadêmico.

Evitar generalizações infundadas, dados implícitos, contextualizar conceitos técnicos, fundamentar relações de causa e efeito, manter a objetividade e a precisão na linguagem, e abordar temas polêmicos com rigor são práticas que não apenas evitam correções, mas também elevam a qualidade e a credibilidade da sua pesquisa.

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