ChatGPT vs Monografis: 4 erros que só nossa Inteligência Artificial evita

1. Tangenciar o tema é um erro grave na escrita acadêmica

Um dos principais motivos de revisão no TCC é tangenciar o tema.

Isso acontece quando o estudante até escreve sobre um assunto relevante, mas se afasta do que foi introduzido no primeiro parágrafo, tratando de algo paralelo. O texto pode até parecer bem escrito, mas se não estiver desenvolvendo algo introduzido, ele perde força e compromete a nota final.

Segundo Severino (2017), a clareza na delimitação do tema é fundamental para garantir a coesão e a pertinência de um texto científico. Trabalhos que se desviam do foco tendem a perder rigor metodológico e comprometem a contribuição da pesquisa.

No contexto da escrita em blocos, essa clareza se torna ainda mais evidente, pois cada parágrafo precisa dialogar diretamente com o problema e os objetivos propostos.

Por exemplo, imagine um capítulo com o título “A importância da educação para a cidadania”.

No primeiro parágrafo de introdução do capítulo, você apresenta a relevância do tema destacando pontos como:

• inclusão,
• papel da escola e
• desigualdade social.

No entanto, logo após essa introdução, você decide abordar a democracia de forma ampla, acreditando que seja igualmente importante. Esse movimento caracteriza tangenciamento, pois você havia delimitado o foco inicial em inclusão, escola e desigualdade. Ao mudar para outro aspecto, ainda que relacionado, o texto deixa de cumprir a promessa feita no título e na introdução. Com isso, a coerência se perde e o objetivo central do capítulo fica comprometido.

Por essa razão, é comum encontrar na internet prompts de I.A que prometem uma escrita totalmente correta. No entanto, isso só seria possível se a ferramenta tivesse acesso a todo o contexto do trabalho, o que não ocorre. Mesmo quando se insere um capítulo completo para que a I.A melhore o texto, essa solicitação precisa ser explícita. Ainda assim, a ferramenta não se preocupa com o tangenciamento, que é um critério fundamental para manter a coerência do trabalho e evitar correções constantes do orientador.

Em resumo, tangenciar o tema significa fugir do que foi solicitado, mesmo que de forma sutil. Um bom texto acadêmico não basta ser bonito, precisa estar alinhado ao foco da pesquisa. É isso que diferencia uma redação superficial de um trabalho científico consistente.

2. Escrever sem orientação definida aumenta o risco de reprovação

Os alunos acabam se perdendo na escrita porque não seguem uma orientação definida desde o projeto até a conclusão do trabalho.

Isso é comum quando se utiliza apenas ferramentas genéricas, como o ChatGPT, que revisam trechos isolados, mas não guiam a construção do trabalho como um todo.

De acordo com Lakatos e Marconi (2010), a estruturação de um projeto de pesquisa é essencial para garantir que todos os capítulos estejam conectados entre si. Sem esse delineamento, o aluno corre o risco de construir capítulos desarticulados, com repetições ou lacunas.

No método TCC em Blocos, cada parte é pensada de forma concatenada, o que facilita a coesão global do texto.

É um erro pensar que revisar parágrafo por parágrafo é suficiente para orientar um trabalho acadêmico, mas não é bem assim. O que realmente orienta é o delineamento: problema, objetivos, hipóteses e metodologia bem definidos. É isso que garante que cada capítulo cumpra um papel dentro da pesquisa. Sem essa linha de orientação, o texto pode até parecer organizado, mas não cumpre os critérios exigidos na academia.

Portanto, não adianta apenas escrever, é preciso ser orientado. A escrita em blocos, com base em um delineamento claro, é o que garante que o trabalho avance de forma lógica e seja aceito pela banca avaliadora.

3. Falta de citações compromete a credibilidade do texto

A ausência de citações é um dos erros mais comuns em trabalhos acadêmicos e pode comprometer toda a credibilidade da pesquisa.

Muitos alunos escrevem páginas inteiras sem trazer referências de autores, o que faz com que o texto pareça mais uma opinião pessoal do que uma produção científica.

Segundo Gil (2019), toda afirmação em um trabalho acadêmico precisa ser fundamentada em fontes confiáveis, pois a ciência se constrói a partir de diálogos com pesquisas anteriores.

Não basta apenas expor ideias: é necessário mostrar que elas têm respaldo teórico e científico. É exatamente por isso que a utilização correta de citações diretas e indiretas é indispensável.

Embora, escrever com palavras próprias seja o esperado, mas não ideias isoladas. A verdadeira escrita acadêmica exige que o autor dialogue com outros pesquisadores, inserindo suas vozes dentro da construção do texto. O que diferencia opinião de ciência é justamente a fundamentação em fontes reconhecidas.

Assim, sem citações, não há ciência. Um trabalho acadêmico só ganha validade quando mostra de onde vêm as ideias e como elas se conectam com a literatura existente.

4. Escolher um tema vago ou genérico leva à reprovação

A escolha de um tema vago ou genérico é uma das principais razões pelas quais trabalhos acadêmicos são reprovados.

Quando o tema não está bem delimitado, o texto tende a ficar raso, sem contribuir de fato para o avanço do conhecimento científico.

Conforme Pimenta (2015), a delimitação do tema é o que garante que a pesquisa tenha foco, relevância e possibilidade de aprofundamento.

Quanto mais específico o recorte, maior a chance de o trabalho oferecer uma contribuição original. Temas vagos, por outro lado, acabam repetindo o óbvio ou caindo em generalizações.

Pode parecer que escolher um tema amplo seja vantajoso, já que oferece maior liberdade de escrita. No entanto, o efeito é exatamente o oposto: o texto perde em profundidade e relevância. Esse equívoco é frequente até mesmo entre orientadores, que sugerem ao aluno trabalhar com temas genéricos, como “sustentabilidade”. O problema é que “sustentabilidade” por si só é vasto demais e não define um recorte de pesquisa.

O caminho correto é questionar: sustentabilidade de quê?

• Sustentabilidade ambiental urbana?
• Sustentabilidade empresarial?
• Sustentabilidade no setor energético?

Só a partir desse recorte específico é possível produzir uma pesquisa consistente e aprovada academicamente.

O que realmente importa é recortar o objeto de pesquisa até que ele revele uma lacuna do conhecimento, algo ainda não explorado pela literatura. É nesse ponto que nasce a relevância científica.

Portanto, delimitar é conquistar aprovação. Um tema específico é sinal de maturidade acadêmica e garante que o trabalho seja visto como uma contribuição real para a área de estudo.

Quando um estudante vai até o chatGPT e solicita que escreva um parágrafo ou capítulo do seu TCC, a IA faz o seu melhor e escreve algo muito bem feito. Visto que a leitura é fluída, sem erros e precisão como um profissional. Se você solicitar uma análise de plágio cairá tanto a originalidade, mas também cairá em plágio devido as diversas fontes que a IA se baseou para escrever aquele trecho.

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Se você tem vasto conhecimento sobre o conteúdo e referenciar o trecho, incluindo que sua instituição não tenha políticas de proibição de IA, então é provável que não haja problemas. Particularmente, embora o texto pareça convincente e bonito ele está longe de ser original ou algo na qual você possa se orgulhar que fez, mas se isso não for um problema, então provavelmente será aceito.

No vídeo abaixo mostra um relatório de plágio de um trecho feito no Chat GPT:

Referências

• SEVERINO, Antônio Joaquim.
  Metodologia do trabalho científico. 24. ed. rev. e atual. São Paulo: Cortez, 2017.

• LAKATOS, Eva Maria; MARCONI, Marina de Andrade.
  Fundamentos de metodologia científica. 7. ed. São Paulo: Atlas, 2010.

• GIL, Antonio Carlos.
  Métodos e técnicas de pesquisa social. 7. ed. São Paulo: Atlas, 2019.

• PIMENTA, Selma Garrido.
  O estágio na formação de professores: unidade teoria e prática. 11. ed. São Paulo: Cortez, 2015.